sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Aprendendo Errado


Pra que serve a multiplicação?

Se fosse perguntado quantas casa existem no tabuleiro de xadrez, como você chegaria a resposta?

1. Decorei : 64
2. Contei todos: 64
3. Contei uma linha e uma coluna e multipliquei: 64

O primeiro caso é aceitável pela simplicidade da pergunta, mas o decorar vem com o uso e não como fim. O segundo caso é extremamente oneroso, imagine contar as cadeiras de um estádio? Se você entendeu pra que serve a multiplicação utilizou a terceira opção.

Infelizmente aprendendo através de professores ruins e livros péssimos, traumatizando crianças com matemática. Não tem como matemática ser chato, trata-se da linguagem universal, símbolos que são compreendidos por toda esfera terrestre (acho que usar os 4 cantos do mundo não faz sentido), independe de língua, raça, cor, religião. 

quarta-feira, 11 de julho de 2012

O que é realmente um Projeto?

Todo mundo fala em projeto. Até treinador famoso de futebol fala em projeto. O governo tem projeto, sua empresa tem projeto, você tem projeto. Mas você sabe o que é um projeto?

Parece uma pergunta simples, até infantil. Mas já percebi muita gente se enrolando ao definir. De acordo com o nosso pai dos burros, o PMBOK, temos projetos como um esforço temporário para obtenção de um resultado exclusivo:


  • Temporário: tem fim, não significa que é curto ou longo.
  • Exclusivo: resultado pode ser produtos ou serviços. A palavra exclusivo pode confundir um pouco, mas pense em todas as variáveis envolvidas no projeto. Por exemplo, uma empresa que implanta seus sistema de caixinha de RH, cada implantação seria um projeto? Sim. Embora a implantação do MESMO software tenha sido feita inúmeras vezes, pense na variáveis: cliente, integração com outros sistemas, ambiente de tecnologia, etc.


Focando na palavra “fim” do primeiro item, percebo muitas vezes a dificuldade que as pessoas tem em definir até onde vai o escopo do projeto, principalmente quando o projeto necessidade de manutenção após sua implantação. Imagine que a empresa ACME não tem uma central de atendimento ao consumidor, e surge um projeto para implantação. Quando o projeto acaba?

De acordo com uma decisão comprar versus fazer, decidiram que contrataram uma empresa e farão um contrato de serviço. Quais são as entregas do projeto?

O projeto acaba com o fim do contrato? Muita gente acredita que sim, inclusive cita que o PMBOK fala em encerramento do projeto envolvendo a verificação dos contratos, desmobilização das equipes, etc. Mas essa não é melhor opção. Primeiro, como seria um cronograma de atendimentos diários da equipe SAC? Não tem como medir este escopo. O escopo deveria terminar no momento da implantação da central, onde cortar a fita de inauguração fosse a última atividade. O restante seria operacional, e operacional lembra repetitivo, oposto de exclusivo.

Quanto a segunda pergunta, a resposta é simples e direta: um contrato.

Alguém pode perguntar: mas eu não fiz nada só assinando um contrato, a entrega do projeto é insignificante. Verdade, e por isso eu recomendo que projetos dessa natureza tenha um piloto para acompanhamento como execução do projeto.

Veja se entendeu respondendo abaixo:


  1. Ser feliz é um projeto?
  2. Fabricar 1000 carros por mês até 2012 é um projeto?
  3. Criar um filho é um projeto?
  4. Casar é um projeto?
  5. Vender churrasquinho é um projeto?
  6. Corrigir um erro de software é um projeto?


Não vou dar as respostas. Se quiser conversar mande um comentário ou e-mail.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Mundinho Corporativo


Uma empresa E tinha um chefe C e dois funcionários, F1 e F2.

F2 entrou na sala do C e disse que merecia aumento, pois fazia o mesmo trabalho de F1, porém ganhava menos.

C ouviu atenciosamente a solicitação de F2, pediu um minuto para fazer uma ligação.

- F1, poderia vir aqui na minha sala? Obrigado.

F1 entra na sala.

- Senhores, gostaria de fazer um pedido. Poderiam ir ao mercado e comprar 1Kg de laranja. Estou com muita sede.
- OK – disse F1
- OK – disse F2

F2 volta primeiro.

- Chefe, não tinha laranja.
- OK – disse C.

F1 voltou pouco tempo depois.

- Chefe, não tinha laranja, mas tinha limão, lima, laranja-lima, tangerina. Eis a relação dos preços por quilo de cada fruta. Tinha também o suco de laranja pronto, tanto da fruta quanto de caixinha, os preços também estão na relação. Vi também um refrigerante de laranja e acredito que água também possa saciar sua sede. Todos os preços estão nessa relação. As frutas podem ser entregues pelo próprio dono da barraca, os demais itens não. Eu sugiro o suco de laranja natural, pois tratasse do item mais próximo ao desejado. Caso a preferência seja mastigar a fruta eu sugiro tangerina. O que o senhor deseja?

- Obrigado F1, eu resolvo a partir daqui. Pode se retirar, ainda vou conversar com F2.

- Do que estávamos falando mesmo F2?
- Nada não chefe, vou voltar ao trabalho.
- OK, tchau.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Lógico que é Simples


Durante um bom tempo da minha vida pensei em ser professor de matemática. Mas isso não é relevante, o importante é que eu desenvolvi uma paixão especial sobre jogos de lógica e desafios matemáticos. E durante esse tempo que resolvi alguns, percebi como eu complicava as coisas, sempre buscando a solução mais complexa. Quando na verdade eu precisava entender o problema e não usar uma calculadora profissional, muito menos fórmulas matemáticas.

Dito isto, tenho um exemplo prático:

Imagine que uma determinada bactéria se duplica a cada minuto. E que leva um total de 59 minutos, começando sozinha, para preencher completamente uma célula humana. A pergunta é: quanto tempo essa bactéria levaria para preencher a metade da célula?

Na época, a primeira coisa que veio à minha cabeça foi “Progressão Geométrica - PG”. Tinha tudo a ver, pois uma célula vira duas, depois 4, 8, 16, 32...

A razão seria 2, o a1 seria 1, enfim, tudo pra se encaixar numa PG. Mas não consegui, gastei um pouco do cérebro, e nada. Quantas bactéria teria em 59 minutos?

an = a1 x q(elevado a n-1)
a59 = 1x2(elevado a 58)
a59 = 2(elevado a 58)

Alguém se arrisca nessa multiplicação? 1024 x 1024 x 1024 x 1024 x 1024 x 128 = NM (número monstro)

E quantas teriam na metade? NM/2? 2 elevado a 57. Legal, estamos chegando.
Usando o inverso da fórmula, teríamos:

an = 1 x 2(elevado a n-1)
n-1 = 57, logo n = 58.

Resposta: 58 minutos. Muito complicado.

Agora do jeito simples:

A bactéria se duplica a cada minuto, certo? 1, 2, 4, 8, etc...
Portanto, ela começa sozinha, e no minuto seguinte tem duas, depois 4, etc...
Até o momento em que ela chega na metade do preenchimento da célula.
Este ponto é importante, pois no minuto seguinte todas as bactérias se duplicam e preenchem a célula completamente. Logo, se demora 59 minutos pra preencher tudo, então leva 59-1 pra preencher a metade. Se levassem 145 minutos, então a metade seria em 144. Nada de cálculo, nada de PG, basta entender a ideia. Simples, não?

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Financiamento

Quem nunca fez um financiamento que atire a primeira parcela!

Trabalhar com % é algo muito simples, certo?

100 reais + 10% = 110.

Já o conceito de juros sob juros não é das coisas mais simples.

Quanto fica a parcela de um financiamento de 20.000 reais em 36 meses com juros de 1,5%?
Seria 20K + 1,5% / 36 ?
563,89

Quanto você pagaria até quitar?
Seria 20K + 1,5%
20.300

Certamente não pagará apenas 300 reais de juros. Se pensarmos um pouquinho mais vamos chegar ao valor correto através de uma sequencia de deduções e formulas matemáticas. Não se prive dessa descobertas, mas esse blog não teria esse nome se eu fosse aqui encher o texto de cálculos, não é mesmo?

Tanto o EXCEL quanto o BROFFICE possuem fórmulas para calcular o valor da parcela de um financiamento.

No EXCEL:
=PGTO(juros%;nº de Parcelas;valor financiamento)

Exemplo:


terça-feira, 22 de maio de 2012

Lições Apreendidas


Antigamente os empregos eram mantidos pelo conhecimento que cada um tinha e ninguém mais tinha. Um programador cobol tinha seu emprego garantido por ser o único a saber mexer no programa de folha de pagamento. OK, ainda existe isso.

Hoje, vivemos na tal era da informação, era do conhecimento, mas principalmente a era do compartilhamento de conhecimento. Pense bem, claro que é importante manter seu emprego, ter conhecimento, saber da coisas, etc. Mas como fazer pra tirar férias? Vai ficar atendendo o telefone na praia? E suas ambições de crescimento? Tem a necessidade de se tornar chefe, subir na empresa, chegar a ser diretor? Quem vai ficar no seu lugar?

Por si só, compartilhar conhecimento é fantástico para o crescimento da humanidade. Mas além disso, criar uma linha de sucessão é muito importante para o seu plano de carreira. Quando você se torna muito bom e especialista em algo, acaba ficando sempre naquele algo. O seu chefe não é louco de te tirar dali. Pense nisso.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

A Constante dos Relacionamentos


Certo dia ouvi uma frase que até hoje me deixa impressionado a sacada do negócio.

“De todos os seus relacionamentos que deram errado, a única constante era você”
Infelizmente, autor desconhecido.

Trabalho há muito tempo com o governo, sempre atendendo como cliente. Seja fábrica externa ou interna. Percebo um ciclo constante de “relacionamentos” que dão errado. O governo busca um determinado serviço, faz seus editais cheios de critérios e cláusulas a seu favor. Por outro lado as empresas arrumam seus títulos e dão um jeito de participar do leilão.

A vencedora é escolhida e começa imediatamente a lua de mel. Conversando tudo é possível, e papel aguenta tudo. Caderninhos são apresentados, canetas, blocos de notas. De repente todo o órgão vestiu o material de escritório do fornecedor. Maravilha. As reuniões são divertidas, todos riem, contam piadas, enquanto mascam as balinhas em cima da mesa.

O primeiro projeto atrasa, nada de brigas. “Estamos em processo de adaptação, era esperado”. Ninguém multa. Até que isso se torna constante, quase 1 ano de contrato, e nada foi entregue. Surge a primeira grande reunião para acertar os pontos. Ambos assumem suas culpas e a promessa é renovada. “Renovamos por mais um ano, toquem o sino”. O segundo ano é mais confuso ainda, e o terceiro só começa pois ninguém conseguiu fazer o novo edital para licitação. Começam as renovações de emergência, 6 meses. A situação se tornou insuportável, gritos, ameaças e socos na mesa, além de ofícios de notificação e multas aplicadas. O fornecedor manda uma equipe para dentro do cliente. “O problema é ser remoto, vão lá e resolvam”. É o famoso “dar um gás”.

Finalmente o cliente termina o edital, que curiosamente estava pronto 3 anos atras. Licita, temos outra vencedora, a esperança se renova. Papel aguenta tudo. O preço é menor, e pior do que a anterior não é possível, o otimismo reina. Esse é o primeiro sentimento: estava tudo errado com a outra. Até que a história se repete: “tudo isso já aconteceu antes, e acontecerá novamente”. O sentimento muda: “ei, até que a outra empresa não era tão ruim assim”. Mas a empresa anterior já está em lua de mel com outro órgão.

Quem ganha com isso? O governo não tem os serviços que queria, multar não é o objetivo. Mesmo aos trancos e barrancos o fornecedor acaba lucrando.

Nesse exemplo, quem é a constante dos relacionamentos?